quinta-feira, 21 de abril de 2011

Estar aqui:
estar ou estar – não há escolha.

Na escola-flor da vida
que vive de quem (a)colha

Não há senão acolhida
a todos os ign(e)o(s - co)rantes
a todos os que ousam desconhecer
seu destino, suas ruas

Justo à luz do lampião a óleo
dependurado feito poste ereto
e encurvado à presença da lua

(luz duvidosa por amarela heresia...)

Mas eu não sabia
estar aqui
debaixo da luz, sem escolha
a um passo do fim

dependurado em um pensamento
que só não mata
para estarmos sempre a um passo
e esse passo
ser toda a linguagem

Estar justo para não-estar
e assim ter por uma noite
a companhia breve da luz

(a luz que tampouco escolhe o que iluminar,
no limiar da dúvida)

Se (a)lumiar
a lua brilha

Se divagar
a palavra se espedaça
espessa e congruente

em caquinhos rebrilhantes
rarefeitos e escorregadios... um imbróglio

Estar em meu antes
ser no depois
justo à luz do lampião a óleo.