Estar aqui:
estar ou estar – não há escolha.
Na escola-flor da vida
que vive de quem (a)colha
Não há senão acolhida
a todos os ign(e)o(s - co)rantes
a todos os que ousam desconhecer
seu destino, suas ruas
Justo à luz do lampião a óleo
dependurado feito poste ereto
e encurvado à presença da lua
(luz duvidosa por amarela heresia...)
Mas eu não sabia
estar aqui
debaixo da luz, sem escolha
a um passo do fim
dependurado em um pensamento
que só não mata
para estarmos sempre a um passo
e esse passo
ser toda a linguagem
Estar justo para não-estar
e assim ter por uma noite
a companhia breve da luz
(a luz que tampouco escolhe o que iluminar,
no limiar da dúvida)
Se (a)lumiar
a lua brilha
Se divagar
a palavra se espedaça
espessa e congruente
em caquinhos rebrilhantes
rarefeitos e escorregadios... um imbróglio
Estar em meu antes
ser no depois
justo à luz do lampião a óleo.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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