domingo, 23 de maio de 2010

um soneto

Desencanto

pensei não haver mais o sentimento
a cingir meu peito em sua urdidura
alguém de carne e osso que me jura
sermos deuses um e outro em seu momento

devo acreditar pois sou a pretendida
de um deus poeta que me faz linguagem
assim fazendo volto a ter a imagem
do ser mortal, amor de sua vida

incontestável, faz dos versos seus
meus diversos nomes, sólida urgência
mas que me vê sempre onde estou ausente

é porque ainda que se creia um deus
sendo ele poeta nessa existência
sou-lhe palavra e palavra somente...

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