por que diabos me veio essa palavra?!
não importa.
importa que posso desmembrá-la
em "cor" e "aragem"
e já me vem a imagem
das pradarias ao vento
e já para lá sou transportada
no tapete mágico da memória
das histórias, das gravuras...
dos livros de infãncia.
a cor da aragem era gris
de um cinzento mui claro.
era aragem prata fosca
a dissipar-se no vento
coragem, galera!
ao mar, galera. a navegar!
o ano novo traz essa aragem do bem
essa nova era que se anuncia
"de gente fina elegante e sincera"
coragem!
sábado, 25 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
tremoço
na falta de grandes acontecimentos
grandes emoções
novos amores
novas teorias
vou brincando com as palavras
começo a escrever
a partir da primeira palavra que me vem
assim como Teodora, Realeza...
hoje me veio "Tremoço"
que diabo é isso?
um cereal.
ora, eu tinha cá comigo essa intuição
desse cereal se faz um doce
(eu tinha o doce em minha vaga lembrança)
eu tenho a lembrança
feita de palavras
doces, azedinhas
e faço poemas com elas
faço doce de poemas...
e ainda que eu saiba
que o amargo é tão necessário
como os outros sabores
(faz bem ao fígado, ao coração...)
nas palavras não o aprecio
deixo as palavras amargas
e suas histórias
para o simples registro da memória
registro neutro, sem afeto, sem dor.
e aproveito a memória das boas lembranças
- doces e azedinhas -
na culinária dos poemas
e o salgado, é claro, deixo para o mar
onde minha lembrança insiste em vagar...
querem um doce?
; )
grandes emoções
novos amores
novas teorias
vou brincando com as palavras
começo a escrever
a partir da primeira palavra que me vem
assim como Teodora, Realeza...
hoje me veio "Tremoço"
que diabo é isso?
um cereal.
ora, eu tinha cá comigo essa intuição
desse cereal se faz um doce
(eu tinha o doce em minha vaga lembrança)
eu tenho a lembrança
feita de palavras
doces, azedinhas
e faço poemas com elas
faço doce de poemas...
e ainda que eu saiba
que o amargo é tão necessário
como os outros sabores
(faz bem ao fígado, ao coração...)
nas palavras não o aprecio
deixo as palavras amargas
e suas histórias
para o simples registro da memória
registro neutro, sem afeto, sem dor.
e aproveito a memória das boas lembranças
- doces e azedinhas -
na culinária dos poemas
e o salgado, é claro, deixo para o mar
onde minha lembrança insiste em vagar...
querem um doce?
; )
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Realeza
as vogais que se alternam na palavra
e mudam a forma da boca
e movem nosso maxilar
continuamente
as consoantes fazendo o atrito
ronronam, zumbem
tocam a língua nos dentes
de repente,
ceceam
tornam reais
(ambas)
pensamentos abstratos
pacatos,
silenciosos...
fazem ruído, repente
repentino
fazem desatino,
som de pente com seda
coceira nos lábios
gaitinha improvisada
as vogais, as consoantes
antes do novo pensamento
concretas no som
reais,
no tom e semitom
no vermelho chinês
do batom
antes da saliva
framboesa
somos nós.
e mudam a forma da boca
e movem nosso maxilar
continuamente
as consoantes fazendo o atrito
ronronam, zumbem
tocam a língua nos dentes
de repente,
ceceam
tornam reais
(ambas)
pensamentos abstratos
pacatos,
silenciosos...
fazem ruído, repente
repentino
fazem desatino,
som de pente com seda
coceira nos lábios
gaitinha improvisada
as vogais, as consoantes
antes do novo pensamento
concretas no som
reais,
no tom e semitom
no vermelho chinês
do batom
antes da saliva
framboesa
somos nós.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
poema fresco...
...teodora
te adoro!
oro ad eternum
por ti, teo
por mim,
oro
e mais adoro
teodora...
tua tez
ora nudez
ora pano
ora minha
ora engano
ai, teodora
abre-te
como caixa
de pandora
sê Pan, sê deusa
Teos, flora, fauna
em um mesmo um.
Teodora.
te adoro!
oro ad eternum
por ti, teo
por mim,
oro
e mais adoro
teodora...
tua tez
ora nudez
ora pano
ora minha
ora engano
ai, teodora
abre-te
como caixa
de pandora
sê Pan, sê deusa
Teos, flora, fauna
em um mesmo um.
Teodora.
domingo, 7 de novembro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
canto de corais II
meus laços com o mar
vão profundo
no mais fundo
do mar...
lá, onde reinam
algas e corais
sobre velhos cascos
de velhos navios naufragados
lá onde o silêncio borbulha
música densa
(nítido e desfocado
é o som do fundo do mar)
velhos cascos encharcados
porosos de sal
inchados, desfazendo-se em madeirágua
desmanchando-se em pó
desenhando madeixas
de manchas na água...
vão profundo
no mais fundo
do mar...
lá, onde reinam
algas e corais
sobre velhos cascos
de velhos navios naufragados
lá onde o silêncio borbulha
música densa
(nítido e desfocado
é o som do fundo do mar)
velhos cascos encharcados
porosos de sal
inchados, desfazendo-se em madeirágua
desmanchando-se em pó
desenhando madeixas
de manchas na água...
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
canto de corais
no fundo do mar
- nos cantos -
as pedras cantam
(as faces coradas)
canções de ninar corais
ali, uma pedra-poliedro
polida
foi dada aos musgos
aqui, em coro
espalham púrpura os peixes
e as algas...
peixes mudos, surdos e cegos
na água benta das algas.
: ) ( :
- nos cantos -
as pedras cantam
(as faces coradas)
canções de ninar corais
ali, uma pedra-poliedro
polida
foi dada aos musgos
aqui, em coro
espalham púrpura os peixes
e as algas...
peixes mudos, surdos e cegos
na água benta das algas.
: ) ( :
terça-feira, 12 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
lembrança: saudade que se adaptou à falta.
o "silencio",
cio, cicio -
tatuado no braço
arredio do rio -
abraça minha lembrança...
Silêncio.
cio, cicio -
tatuado no braço
arredio do rio -
abraça minha lembrança...
Silêncio.
domingo, 26 de setembro de 2010
essa eu escrevi faz tempo
sobre a árvore, o filho e o livro:
"planta teu filho numa árvore bem frondosa e lá, com ele, lê o livro da vida que vocês dois escreveram e estão escrevendo...
depois, escreve a árvore no caderno dele e planta o livro junto às parreiras, bem perto do mar...
por fim, tem o livro num parto delicado ao mesmo tempo em que escreves teu filho nas estrelas junto à árvore mais brilhante de todas as constelações"
"planta teu filho numa árvore bem frondosa e lá, com ele, lê o livro da vida que vocês dois escreveram e estão escrevendo...
depois, escreve a árvore no caderno dele e planta o livro junto às parreiras, bem perto do mar...
por fim, tem o livro num parto delicado ao mesmo tempo em que escreves teu filho nas estrelas junto à árvore mais brilhante de todas as constelações"
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
e ela me tomou...
...deixou rastro de música,
badaladas de sinos
pigmentando o céu!
e de manhã,
encheu meu sonho de andorinhas...
e continua o tempo
e o espaço
(inseparáveis)
a nos separar...
badaladas de sinos
pigmentando o céu!
e de manhã,
encheu meu sonho de andorinhas...
e continua o tempo
e o espaço
(inseparáveis)
a nos separar...
domingo, 12 de setembro de 2010
este semanário está virando um diário...
que fazer, "a gente aprende por dia",
já disse alguém.
eu não retiro uma vírgula
do meu aprendizado.
eu retiro (quase) tudo o que eu disse
vou e volto,
numa ciranda
amo e odeio
na velocidade do sol
caio e levanto
com e sem inspiração
me dou, me preservo
sem restrição
escrevo, vivo, vejo
toco, respiro, durmo
sonho, degluto, expiro
e piro.
sou feita de fogo,
ardo, amo, jogo
(não sou do mal)
sou feita de água,
derreto fácil,
sou biodegradável...
sou feita de ar
sou feita de terra
de aço, de ágata
de açafrão,
compreende?
já disse alguém.
eu não retiro uma vírgula
do meu aprendizado.
eu retiro (quase) tudo o que eu disse
vou e volto,
numa ciranda
amo e odeio
na velocidade do sol
caio e levanto
com e sem inspiração
me dou, me preservo
sem restrição
escrevo, vivo, vejo
toco, respiro, durmo
sonho, degluto, expiro
e piro.
sou feita de fogo,
ardo, amo, jogo
(não sou do mal)
sou feita de água,
derreto fácil,
sou biodegradável...
sou feita de ar
sou feita de terra
de aço, de ágata
de açafrão,
compreende?
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quadrilha
a paixão é como o banho para a criança:
primeiro não se quer entrar,
depois, é uma briga pra sair...
: ) :( : ) :( : ) :
primeiro não se quer entrar,
depois, é uma briga pra sair...
: ) :( : ) :( : ) :
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
como prometido, ela me encontrou...
a vida é obra de um saci-pererê de capuz branco, chamado Acaso.
todas as razões deviam se curvar a ele.
nada é por acaso, tudo é por acaso!
o nada e o tudo são (e)feitos do acaso.
: ) : (
todas as razões deviam se curvar a ele.
nada é por acaso, tudo é por acaso!
o nada e o tudo são (e)feitos do acaso.
: ) : (
terça-feira, 7 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
é o seguinte:
todos os poemas postados até aqui
são de minha autoria
e são relativamente antigos,
coisas que eu tinha "na gaveta"
de épocas variadas...
como sou um pouco exigente,
temo que esteja chegando ao fim
a leva dos poemas inéditos, "postáveis"
(muita coisa, acho que não vale a pena divulgar,
são como que estudos, tentativas de poemas...)
logo vou partir para outros textos
crônicas, contos...
e quem sabe, escrevo coisa nova também,
vamos ver se encontro inspiração,
ou se ela me encontra : )
amanhã, quem sabe.
são de minha autoria
e são relativamente antigos,
coisas que eu tinha "na gaveta"
de épocas variadas...
como sou um pouco exigente,
temo que esteja chegando ao fim
a leva dos poemas inéditos, "postáveis"
(muita coisa, acho que não vale a pena divulgar,
são como que estudos, tentativas de poemas...)
logo vou partir para outros textos
crônicas, contos...
e quem sabe, escrevo coisa nova também,
vamos ver se encontro inspiração,
ou se ela me encontra : )
amanhã, quem sabe.
domingo, 29 de agosto de 2010
das antigas
súbita madrugada
feita só de substantivos
não era um palácio de orquídeas
só umas luas acesas,
espreitando o amanhecer...
feita só de substantivos
não era um palácio de orquídeas
só umas luas acesas,
espreitando o amanhecer...
domingo, 22 de agosto de 2010
incidentais
ai, Lorca que morre cedo!
ai, Lorca que não quer morrer...
a água leva o menino
e seus cinco olhos fechados
ai, intrusas borboletas
arfando sobre Granada
e a lua desnuda
cavalos e campanas molhadas...
desata o silêncio.
ai, Lorca que não quer morrer...
a água leva o menino
e seus cinco olhos fechados
ai, intrusas borboletas
arfando sobre Granada
e a lua desnuda
cavalos e campanas molhadas...
desata o silêncio.
domingo, 15 de agosto de 2010
) : ( :
todas as tardes
quando apeio na estação
vejo sábado sentado
de calças curtas.
enquanto passa o vento
terno e bengala,
compenetrado.
quando apeio na estação
vejo sábado sentado
de calças curtas.
enquanto passa o vento
terno e bengala,
compenetrado.
domingo, 8 de agosto de 2010
mais para o livro infantil
...dias depois encontrou-se o caderno do menino: a casa, módulos mal encaixados de giz de cera, o sol, uma manga em fiapos, uma árvore com belas maçãs, avezinhas desengonçadas voando pelo meio da fumaça da chaminé.
sábado, 31 de julho de 2010
o anjo e o muro
eu juro
que vi
um anjo de sal
jovem e risonho
correndo pelo meu sonho
na lateral do muro
era ruivo
e tinha nas mãos
um castiçal
de oito velas
amarelas
noite ao redor
daí a indefinição:
um anjo no muro
ou uma luz
acesa no escuro?
não caía esse anjo
nos pés,
talvez alguma
garra ou goma
atando-lhe ao chão-muro
ou ainda espuma!
feito gomos de algodão
da mesma matéria do anjo
da mesma cor do muro
eu juro.
eu juro
que vi
um anjo de sal
jovem e risonho
correndo pelo meu sonho
na lateral do muro
era ruivo
e tinha nas mãos
um castiçal
de oito velas
amarelas
noite ao redor
daí a indefinição:
um anjo no muro
ou uma luz
acesa no escuro?
não caía esse anjo
nos pés,
talvez alguma
garra ou goma
atando-lhe ao chão-muro
ou ainda espuma!
feito gomos de algodão
da mesma matéria do anjo
da mesma cor do muro
eu juro.
sábado, 17 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
seguindo com as curtas - projeto para um livro infantil
chuva vive triste, chorando o tempo todo...
gotas de ameixa preta
no manjar branco da neve
meu doce predileto
cortina,
com a visita do vento
ótima bailarina!
gotas de ameixa preta
no manjar branco da neve
meu doce predileto
cortina,
com a visita do vento
ótima bailarina!
domingo, 4 de julho de 2010
curtinhas
café da manhã
o leite talhou nas nuvens
pão fresco é o sol
sabiá
sílaba que resvala no rosal...
prego bebeu,
virou parafuso
o leite talhou nas nuvens
pão fresco é o sol
sabiá
sílaba que resvala no rosal...
prego bebeu,
virou parafuso
domingo, 27 de junho de 2010
letra de canção
rocío y llovizna
ojos de luna, ojos de luna
atardeciendo tus ojos n’el mar
luna dormida en la vidriera de mi pecho
ojos de luna, tus ojos despiertos en mi sueño
verdes hondos ojos de hojaldre
huelen a higuerones sinfines
huéspedes en lo alto de las rocas
disuelven la escarcha a mil violines
y amanece el día en fin
el olvido en mis ojos
de rocío y llovizna...
luna dormida en los desiertos de mi pecho
ojos de luna, tus ojos flotando en mi sueño
húmedos balcones de insomnio
que me atrapan y a mi pensamiento
hierba musgo dos lentejuelas
a quitar la edad a lo que siento
y amanece el día en fin
en el silencio de mis ojos
de rocío y llovizna...
ojos de luna, ojos de luna
atardeciendo tus ojos n’el mar
luna dormida en la vidriera de mi pecho
ojos de luna, tus ojos despiertos en mi sueño
verdes hondos ojos de hojaldre
huelen a higuerones sinfines
huéspedes en lo alto de las rocas
disuelven la escarcha a mil violines
y amanece el día en fin
el olvido en mis ojos
de rocío y llovizna...
luna dormida en los desiertos de mi pecho
ojos de luna, tus ojos flotando en mi sueño
húmedos balcones de insomnio
que me atrapan y a mi pensamiento
hierba musgo dos lentejuelas
a quitar la edad a lo que siento
y amanece el día en fin
en el silencio de mis ojos
de rocío y llovizna...
sábado, 19 de junho de 2010
voltando aos fins de semana - essa é daquelas!
BANAL IDADE
PARA A CRIANÇA
IDADE REAL
REAL IDADE
DE BRINCAR IDADE
NÃO, NÃO SE FAZ CARIDADE
DEIXE BRINCAR A CRIANÇA
PARA O ADULTO
IDADE DENSA
DENSIDADE
DE VIVER IDADE
RESPONSABILIDADE
DEIXA-SE VIVER A ADULTO
PARA O JOVEM
IDADE BANAL
BANAL IDADE
DE NÃO SER IDADE
NÃO SER I(E)DADE
NÃO SE DEIXA SER BANAL O JOVEM
(QUE BUSCA, SEM O SABER,
SENTIDO PARA NÃO SER SIMPLESMENTE
“ENTREMEIO” ENTRE CRIANÇA E ADULTO)
BANALIDADE
TODA JUNTA EM FAMÍLIA
ASSUNTOS INVISÍVEIS
PERFURAÇÕES,
SILÊNCIOS...
MORTE DE CADA SER
MORTE NO INCESTO TÁCITO CONJUNTO
NAS PALAVRAS QUE SE MORDEM
MAL SE ESCUTAM
MORTE DOS SENTIDOS
NAS PALAVRAS
UMA POR UMA
ESVAZIADAS
EM CADA PONTA DE GARFO
QUEM MORRE?
O QUE MORRE NO AJUNTAMENTO FAMÍLIA?
SE A CARNE VIVE,
ROBUSTA PELA CARNE PÚTRIDA?
COME-SE A MORTE
ANIMAL QUE EXPIROU
MAS ANTES EXPERIMENTOU
A VIDA
DA ERVA, NOS PRADOS...
COME-SE O MORTO, VIVE-SE O GOSTO
DA MORTE NA LÍNGUA
PREENCHE-SE COM O MORTO
O ESTÔMAGO FAMINTO
DE VIDA
HERDA-SE A ERVA
VAI-SE PRA TERRA MESMA
O QUE FICA?
DO AJUNTAMENTO COMUNICATIVO FAMÍLIA?
O QUE FICAM SENÃO AS PALAVRAS DITAS?
QUE PASSAM AOS FILHOS, NETOS, BISNETOS
DESCENDÊNCIA?
PALAVRAS QUE PASSAM, SOBREVIVEM AOS MORTOS,
REMANESCEM NOS VIVOS
VIVAS, IMPALPÁVEIS PALAVRAS...
PARA A CRIANÇA
IDADE REAL
REAL IDADE
DE BRINCAR IDADE
NÃO, NÃO SE FAZ CARIDADE
DEIXE BRINCAR A CRIANÇA
PARA O ADULTO
IDADE DENSA
DENSIDADE
DE VIVER IDADE
RESPONSABILIDADE
DEIXA-SE VIVER A ADULTO
PARA O JOVEM
IDADE BANAL
BANAL IDADE
DE NÃO SER IDADE
NÃO SER I(E)DADE
NÃO SE DEIXA SER BANAL O JOVEM
(QUE BUSCA, SEM O SABER,
SENTIDO PARA NÃO SER SIMPLESMENTE
“ENTREMEIO” ENTRE CRIANÇA E ADULTO)
BANALIDADE
TODA JUNTA EM FAMÍLIA
ASSUNTOS INVISÍVEIS
PERFURAÇÕES,
SILÊNCIOS...
MORTE DE CADA SER
MORTE NO INCESTO TÁCITO CONJUNTO
NAS PALAVRAS QUE SE MORDEM
MAL SE ESCUTAM
MORTE DOS SENTIDOS
NAS PALAVRAS
UMA POR UMA
ESVAZIADAS
EM CADA PONTA DE GARFO
QUEM MORRE?
O QUE MORRE NO AJUNTAMENTO FAMÍLIA?
SE A CARNE VIVE,
ROBUSTA PELA CARNE PÚTRIDA?
COME-SE A MORTE
ANIMAL QUE EXPIROU
MAS ANTES EXPERIMENTOU
A VIDA
DA ERVA, NOS PRADOS...
COME-SE O MORTO, VIVE-SE O GOSTO
DA MORTE NA LÍNGUA
PREENCHE-SE COM O MORTO
O ESTÔMAGO FAMINTO
DE VIDA
HERDA-SE A ERVA
VAI-SE PRA TERRA MESMA
O QUE FICA?
DO AJUNTAMENTO COMUNICATIVO FAMÍLIA?
O QUE FICAM SENÃO AS PALAVRAS DITAS?
QUE PASSAM AOS FILHOS, NETOS, BISNETOS
DESCENDÊNCIA?
PALAVRAS QUE PASSAM, SOBREVIVEM AOS MORTOS,
REMANESCEM NOS VIVOS
VIVAS, IMPALPÁVEIS PALAVRAS...
quarta-feira, 9 de junho de 2010
serviço (incompleto)
Malu Magalhães (essa aí de baixo)
Sábado, no Teatro da PUC, em Ctba
só ver o horário.
Sábado, no Teatro da PUC, em Ctba
só ver o horário.
domingo, 6 de junho de 2010
a um poeta, ou seja, a todos
o que se diz a um poeta
se diz a um âmago incandescente
se lança como seta
em sua dor de ser ausente
dor de poeta
dor indiscreta
de se antecipar ao vulcão
de antever-se nos olhos
de quem sente,
e sentir por todos
em apenas um...
assim te digo, poeta
o quanto te sinto a reverberação
palavras nossas que se escrevem
e pelo dia nosso nos perseguem
onde estamos senão nessas composições?
se diz a um âmago incandescente
se lança como seta
em sua dor de ser ausente
dor de poeta
dor indiscreta
de se antecipar ao vulcão
de antever-se nos olhos
de quem sente,
e sentir por todos
em apenas um...
assim te digo, poeta
o quanto te sinto a reverberação
palavras nossas que se escrevem
e pelo dia nosso nos perseguem
onde estamos senão nessas composições?
quarta-feira, 2 de junho de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
aquele
Um corpo estendido é um corpo
Um dedo ferido é um dedo
E tu, ser onipotente?
De onde vem tua criação?
Mostra-te, anda!
Quero ver se tens cauda
Quero logo acreditar
Mas mostra-te por inteiro
Quero conhecer tua história
Quem foi teu pai?
Quem te gerou?
Terias o início num ventre
ou no centro de um planeta que
ainda não existia?
Como podes ter nascido,
se antes de ti nada havia?
E se não me contas porque te trato
assim, então mudo já e Vos peço:
Contai, mostrai
Vós que sois todos os “tus”
vós que estais tão alto
que só podemos vos imaginar, vos criar.
Ainda não? Não quereis vir?
Pois então não vos acredito,
acredito no acaso
(o menos crível
e o mais absoluto dos deuses)
Desafio-vos pois
Aparecei! Mostrai tua face branca
Quero saber se é branca, envelhecida,
negra ou amarela
Vinde, ó ser onipotente!
Não tenhais medo
sou humana, sou tua criação!
branda, inofensiva
É isso, talvez sejais tão pequeno
que não tendes coragem de aparecer
Talvez depois de tantas criações
de criardes um mundo tão imenso
não vos sobrou lugar
Talvez sejais do tamanho de um botão
e carregas o pai no sonho
e a mãe na imaginação
De qualquer forma podeis vir
que vos amparo, ó ser minimamente grande
e infinitamente mínimo
Vos amparo em meus olhos
Se neles não couberdes, entre minhas mãos
e ninguém vos descobrirá
Guardar-vos-ei todas as noites
no fundo da gaveta da cômoda
e nas manhãs por-vos-ei ao sol,
no beiral da janela.
E então, finalmente, ides contar-me
o mistério de tudo
os segredos da criação.
04/93
Um dedo ferido é um dedo
E tu, ser onipotente?
De onde vem tua criação?
Mostra-te, anda!
Quero ver se tens cauda
Quero logo acreditar
Mas mostra-te por inteiro
Quero conhecer tua história
Quem foi teu pai?
Quem te gerou?
Terias o início num ventre
ou no centro de um planeta que
ainda não existia?
Como podes ter nascido,
se antes de ti nada havia?
E se não me contas porque te trato
assim, então mudo já e Vos peço:
Contai, mostrai
Vós que sois todos os “tus”
vós que estais tão alto
que só podemos vos imaginar, vos criar.
Ainda não? Não quereis vir?
Pois então não vos acredito,
acredito no acaso
(o menos crível
e o mais absoluto dos deuses)
Desafio-vos pois
Aparecei! Mostrai tua face branca
Quero saber se é branca, envelhecida,
negra ou amarela
Vinde, ó ser onipotente!
Não tenhais medo
sou humana, sou tua criação!
branda, inofensiva
É isso, talvez sejais tão pequeno
que não tendes coragem de aparecer
Talvez depois de tantas criações
de criardes um mundo tão imenso
não vos sobrou lugar
Talvez sejais do tamanho de um botão
e carregas o pai no sonho
e a mãe na imaginação
De qualquer forma podeis vir
que vos amparo, ó ser minimamente grande
e infinitamente mínimo
Vos amparo em meus olhos
Se neles não couberdes, entre minhas mãos
e ninguém vos descobrirá
Guardar-vos-ei todas as noites
no fundo da gaveta da cômoda
e nas manhãs por-vos-ei ao sol,
no beiral da janela.
E então, finalmente, ides contar-me
o mistério de tudo
os segredos da criação.
04/93
domingo, 23 de maio de 2010
um soneto
Desencanto
pensei não haver mais o sentimento
a cingir meu peito em sua urdidura
alguém de carne e osso que me jura
sermos deuses um e outro em seu momento
devo acreditar pois sou a pretendida
de um deus poeta que me faz linguagem
assim fazendo volto a ter a imagem
do ser mortal, amor de sua vida
incontestável, faz dos versos seus
meus diversos nomes, sólida urgência
mas que me vê sempre onde estou ausente
é porque ainda que se creia um deus
sendo ele poeta nessa existência
sou-lhe palavra e palavra somente...
pensei não haver mais o sentimento
a cingir meu peito em sua urdidura
alguém de carne e osso que me jura
sermos deuses um e outro em seu momento
devo acreditar pois sou a pretendida
de um deus poeta que me faz linguagem
assim fazendo volto a ter a imagem
do ser mortal, amor de sua vida
incontestável, faz dos versos seus
meus diversos nomes, sólida urgência
mas que me vê sempre onde estou ausente
é porque ainda que se creia um deus
sendo ele poeta nessa existência
sou-lhe palavra e palavra somente...
domingo, 16 de maio de 2010
da infância...
procure encontrar-te
todos os dias
com algo que te faça feliz:
o vôo de umas andorinhas
fundindo-se às nuvens,
o perfume hortelã de uns olhos distraídos,
a música da radiola
passeando janela afora
em pleno meio-dia
junto ao canteiro da escola.
todos os dias
com algo que te faça feliz:
o vôo de umas andorinhas
fundindo-se às nuvens,
o perfume hortelã de uns olhos distraídos,
a música da radiola
passeando janela afora
em pleno meio-dia
junto ao canteiro da escola.
sábado, 8 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
voltando às curtas, curta!
leste-oeste
diários, dicionários
não fosse a palavra
e seria apenas o sol
nascendo e se pondo
várias e repetidas vezes
na moldura de minhas janelas...
diários, dicionários
não fosse a palavra
e seria apenas o sol
nascendo e se pondo
várias e repetidas vezes
na moldura de minhas janelas...
sábado, 24 de abril de 2010
a velha questão...

ser ou não ser
ser, decerto ser!
falo
de certo ser
do mar ou do deserto
nem longe,
nem perto
ser de um querer-ser
desejo de desejo
de ter, se ter, a si...
a mim onde procuro
e não me vejo
porque ser é não-ser
e ainda é querer
a si, lá, onde não se há
onde não se quer
Ser
homem, mulher
onde Se é...
do humano a tez
o avesso, o viés
o que sou, o que és...
domingo, 18 de abril de 2010
Das antigas
Tríade
De ‘mim que era’ pouco sei agora
tudo é começo, tudo é embrião
mas meu quarto tem o mesmo gosto
e o mesmo cheiro de ‘mim sempre’
do eu tão íntimo e tão estrangeiro
do eu que foge de vez em quando
mas volta inevitável ao abrigo do meu corpo...
estes, o eu e o corpo – nessa viagem
sem procedência nem destino que é a vida –
levarei a conhecer outras terras
colocarei de frente um para o outro
assistirei,
ora identificando-me com o mocinho
ora com o bandido,
às suas infindáveis batalhas...
estarei viva, sobreviva, estarei lá
mas sentindo-me ‘outro eu’ na platéia
em posição de pura inércia, inerme
hora chegará
– que já era hora –
de deixar-me levar pelo corpo
e sentar-me a conversar com o eu...
pois agora é ele quem vai ensinar
nesse dia, quando palco e platéia se confundam
para o viger simples da vida,
deveremos ser amigos, os três,
tão amigos que nem nos demos conta
de habitar o mesmo espaço.
De ‘mim que era’ pouco sei agora
tudo é começo, tudo é embrião
mas meu quarto tem o mesmo gosto
e o mesmo cheiro de ‘mim sempre’
do eu tão íntimo e tão estrangeiro
do eu que foge de vez em quando
mas volta inevitável ao abrigo do meu corpo...
estes, o eu e o corpo – nessa viagem
sem procedência nem destino que é a vida –
levarei a conhecer outras terras
colocarei de frente um para o outro
assistirei,
ora identificando-me com o mocinho
ora com o bandido,
às suas infindáveis batalhas...
estarei viva, sobreviva, estarei lá
mas sentindo-me ‘outro eu’ na platéia
em posição de pura inércia, inerme
hora chegará
– que já era hora –
de deixar-me levar pelo corpo
e sentar-me a conversar com o eu...
pois agora é ele quem vai ensinar
nesse dia, quando palco e platéia se confundam
para o viger simples da vida,
deveremos ser amigos, os três,
tão amigos que nem nos demos conta
de habitar o mesmo espaço.
domingo, 11 de abril de 2010
por falar em densidade...
pensar me move d’Isso
pra ver o que me pensa
n'algum lugar
navegar, movimentar
esse vento da mente
que se sente e pressente
à velocidade dos vitrais
o pensar da gente
faz filamento de albumina
nutre retina que vê o invisível
pelas arestas...
o pensar dá colo
carrega daqui para Terra do Fogo
ao País do Nunca
à senda deserta,
raíz de um jogo
pra ver o que me pensa
n'algum lugar
navegar, movimentar
esse vento da mente
que se sente e pressente
à velocidade dos vitrais
o pensar da gente
faz filamento de albumina
nutre retina que vê o invisível
pelas arestas...
o pensar dá colo
carrega daqui para Terra do Fogo
ao País do Nunca
à senda deserta,
raíz de um jogo
domingo, 4 de abril de 2010
um pouco de lirismo...

braços
suaves,
afeitos ao calor do meu hálito
retorcidos
como a ondulação serena das montanhas...
sensíveis, eles e a palma de minhas mãos
e a pressão dos meus dedos
e seus vãos
eu os acaricio lentamente com meu sono
braços da cor
e nas formas
do guioza
braços dos meus abraços,
alados,
abre teus laços,
desenfeita-te
em glicínias brancas
oh, insones braços...
domingo, 28 de março de 2010
sem explicação
...ad eternum
de hora em hora
ora uma senhora
mas com pressa
como se fora
outrora
há tempo,
um sem-número de horas,
ora
ali fora
a eterna aurora
cai e chora...
de hora em hora
ora uma senhora
mas com pressa
como se fora
outrora
há tempo,
um sem-número de horas,
ora
ali fora
a eterna aurora
cai e chora...
domingo, 21 de março de 2010
sigo mais um pouco com...
...os poemas despretensiosos
que mordiscam o ouvido
- como os peixinhos,
a comida que você lhes dá -
com algo para rir,
ou achar bem bobinho
o que eles têm talvez de "engenhoso"
- oh! e n g e n h o s o... -
seja o partir da forma
para chegar a algum conteúdo
e o partir da forma
o quebrar-se dela
em pedaços crocantes
de novas ideias
desta feita,
o tema será o cacau e o cão:
chocolate
chocante
como late
aquele cão
late abanando a cola
e rebola
lambendo o leite
derramado no chão
: )
que mordiscam o ouvido
- como os peixinhos,
a comida que você lhes dá -
com algo para rir,
ou achar bem bobinho
o que eles têm talvez de "engenhoso"
- oh! e n g e n h o s o... -
seja o partir da forma
para chegar a algum conteúdo
e o partir da forma
o quebrar-se dela
em pedaços crocantes
de novas ideias
desta feita,
o tema será o cacau e o cão:
chocolate
chocante
como late
aquele cão
late abanando a cola
e rebola
lambendo o leite
derramado no chão
: )
domingo, 14 de março de 2010
continuando com...
...os poemas curtos,
acho que é uma boa.
há mais disposição para ler
do jeito que vai nossa vida
nessa pressa,
nessa ânsia de não perder tempo
mas o tempo seeempre foge
ahhh... o danado!
vamos lá,
ao poema curto.
e ao verbo, nada?
um jogo de palavras,
qualquer coisa
uma janela aberta,
um céu azul
algo se me nada...
algo ao que tudo é vão
como o vão da porta
como vão as criancinhas
à escola
fazer natação.
acho que é uma boa.
há mais disposição para ler
do jeito que vai nossa vida
nessa pressa,
nessa ânsia de não perder tempo
mas o tempo seeempre foge
ahhh... o danado!
vamos lá,
ao poema curto.
e ao verbo, nada?
um jogo de palavras,
qualquer coisa
uma janela aberta,
um céu azul
algo se me nada...
algo ao que tudo é vão
como o vão da porta
como vão as criancinhas
à escola
fazer natação.
domingo, 7 de março de 2010
começando por...
domingo,
primeiro dia da semana.
primeiros apontamentos virtuais
deste semanário
que poderá perdurar
por meses, anos
virar um anuário.
em qualquer dos casos
flutuará
como peixes num aquário...
----
começo então com dois pequenos poemas
de alguns anos atrás, pensados na época
para fazer parte de um "blog"
quando um blog pra mim era algo tão abstrato
e tão distante que eu nem podia pensar
deixemos de blá blá...
com teu sexo brincas.
com o meu, falo.
"fale comigo"
soa fálico,
amigo!
primeiro dia da semana.
primeiros apontamentos virtuais
deste semanário
que poderá perdurar
por meses, anos
virar um anuário.
em qualquer dos casos
flutuará
como peixes num aquário...
----
começo então com dois pequenos poemas
de alguns anos atrás, pensados na época
para fazer parte de um "blog"
quando um blog pra mim era algo tão abstrato
e tão distante que eu nem podia pensar
deixemos de blá blá...
com teu sexo brincas.
com o meu, falo.
"fale comigo"
soa fálico,
amigo!
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